quarta-feira, 30 de março de 2011

Nota do setorial GLBT da CSP-Conlutas sobre a agressão de um grupo de skinheads contra nosso camarada Guilherme

Nota do setorial GLBT da CSP-Conlutas sobre a agressão de um grupo de skinheads contra nosso camarada Guilherme


Na madrugada desta terça para quarta-feira, dia 23, um grupo de quatro Skinheads agrediu covardemente nosso companheiro Guilherme, em mais um atentado homofóbico, na esquina da Rua Peixoto Gomide com a Augusta, local tradicionalmente frequentado por gays e lésbicas. Uma viatura da polícia que passava no local parou e deteve os agressores. O companheiro, sangrando, foi à 4º delegacia de polícia registrar o boletim de ocorrência contra o ataque homofóbico. Porém, ao tocar na palavra homofobia, o tom da policial que o auxiliara mudou e esta tentou dissuadi-lo de prestar queixa. Dentro da delegacia de polícia os agressores fizeram diversas ameaças ao companheiro, dizendo que tinham marcado seu rosto e iram atrás dele para arrebentá-lo. Após resistências da polícia, o BO foi registrado. Contudo, na hora de ir embora a polícia se negou a levar o companheiro até sua casa e o deixou sozinho para ser pego do outro lado da rua pelos neofascistas que haviam acabado de ameaçá-lo dentro da delegacia. Os agressores são Willyan Hoffmann da Silva, estudante; Vinícius Siqueli de Paula, operador de telemarketing; Daniel Moura Fragozo, estudante; Milton Luiz Santo André, estudante.
É preciso lembrar que este valoroso companheiro, além de forte atuante do movimento estudantil, é um militante do movimento GLBT e esteve na organização da Marcha Contra a Homofobia, realizada na Avenida Paulista, no dia 19 de fevereiro. Esta mesma marcha exigia a aprovação do PLC-122, projeto de lei que criminaliza a homofobia. Esta agressão ao nosso camarada é um atentado contra o próprio movimento e mais uma demonstração da urgência em se aprovar o PLC-122.
                Nós do setorial GLBT da CSP-Conlutas exigimos das autoridades públicas a punição dos agressores. Denunciamos com força o descaso da polícia no tratamento com o companheiro, numa clara atitude de incentivo à impunidade de grupos de ódio. Exigimos que medidas sejam tomadas contra a policial que se negou a escoltar o companheiro até sua casa e o deixou à mercê dos seus agressores. Denunciamos cumplicidade da polícia que tolerou ameaças contra a vida do companheiro feitas dentro da própria delegacia. Exigimos que a corregedoria de polícia investigue o caso e tome as medidas necessárias que, para nós, envolvem sim ou sim a exoneração dos policiais cúmplices.
                Nosso companheiro está sob ameaça! Alertamos as autoridades públicas, aos movimentos sociais e a toda a população que, se por ventura, qualquer coisa acontecer contra nosso camarada, a responsabilidade recairá totalmente sobre os ombros do poder público.
                Chamamos a todos os ativistas do movimento que participem da entrega do laudo do IML na segunda-feira, às 14h na 4º Delegacia de Polícia, na Rua Marques de Paranaguá, 246.
                Por fim, queremos dizer que o Estado não reconhece nossos direitos, a segurança pública falhou conosco e, portanto, só nos resta nos apoiarmos em nós mesmos, nos movimentos sociais combativos e na comunidade GLBT. Chamamos a todos os Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais a adotarem uma postura vigilante, a denunciarem os casos de agressão e a intercederem em defesa dos nossos. O direito de autodefesa contra os ataques homofóbicos é legítimo! Devemos agir como grupo, como movimento social! Chega de impunidade! Chega de silêncio!





Um primeiro momento.

Olá companheirada!
Tenho pretensões modestas em criar esse blog. Pretensões que surgem da necessidade de socializar assuntos de relevância para todas (os) que lutam por uma sociedade sem exploradores; um mundo daqueles que vivem-do-trabalho. Nada muito original! Entretanto, de fundamental importância em uma sociedade onde TV, Rádio, Igrejas, Escolas e Universidades propagandeiam dia após dia, incessantemente, que o mundo que vivemos é assim e pronto. Que nossa história é feita a revelia de nossas vontades e que a única forma de interferirmos, minimamente que seja, é rezando, votando, crendo, esperando por mudanças que não vêm.
O mundo não é assim! O mundo não está parado! Nós também não! Descobrimos que o dia têm 24h, o Ano 365 dias, que a Terra gira em torno do Sol, que todos os seres vivos evoluem, etc, etc e etc. Mas ainda não fomos capazes de nos libertar das garras da alienação do capital. Trabalhadores de todos os ramos da indústria e de todos os países ainda são formatados para gerarem mais-valia e pré-conceitos.
A cada clique no controle remoto é homicídios, latrocínios, genocídios e tantas outras modalidades de violência “gratuitas” que presenciamos quase que em tempo real. Uns tentam justificar essa realidade afirmando que a “globalização” nos faz enxergar o que antes já existia, mas não víamos. Outros falam de uma “cultura” de violência que foi difundida pelo planeta, não se sabe quando e nem onde, e que precisa ser abandonada para que haja a paz. Até hoje quero entender o que essa tal “paz”. O que sei é que vivenciamos hoje a face mais irracional do sistema socioeconômico: o designamos de Capitalismo. Ele que é formado de sangue, carne e ossos humanos nos leva as mais terríveis das alucinações. Uma miscelânea de ideias pré-formadas que agem construindo um véu muito tênue entre a realidade e a loucura, onde todos somos batidos como em liquidificador.
Passamos a achar normalíssimo mulheres serem mortas e seus corpos serem jogados como comidas a cachorros, nem prestamos atenção no telejornal quando em meio a principal avenida do país um, dois, três, sei lá, muitos jovens que apenas querem ser felizes são brutalmente agredidos por grupos neofacistas. Pedofilia e infanticídios não são mais brutalidades contra nossos filhos, mas apenas cifras verdinhas para os canibais da mídia e os governos? Estes não veem, não ouvem e nem falam nada, pois seu único interesse está na balança comercial favorável à banqueiros, industriais e latifundiários.
            É preciso nos indignar. Voltar à lucidez. Ou talvez não tenhamos mais tempo sobre o “asteroide pequeno que todos chamam de terra”. Comecemos o nosso tratamento. Antipsicóticos  nas mãos. Tomemos nossos destinos e degustemos nossa vitória!           
De pé todos!